Você tem fé na palavra?

Desde pequena pensei que seria artista. E por muito tempo pensei que não ter me tornado artista era uma frustração. Foi preciso uma pandemia global para eu ter tempo de me encontrar comigo e entender que sou uma artista: sou uma escritora. A palavra é minha arte e eu acredito nela como em poucas coisas nesse mundo de meu Deus.

Escrever sempre foi meu luxo, meu sonho, algo admirável e sofisticado. Tanto que eu nem me sentia à vontade de escrever livremente. Na infância e adolescência, mimetizava textos de outras pessoas, como se não estivesse à altura desse dom. Para seguir na vida, encontrei o jornalismo, onde nada vinha de mim. Eu estava apenas relatando fatos. Faz sentido, 1.º de dezembro do ano mais difícil e estranho da minha vida. Se tivesse corrido tudo bem, eu provavelmente não teria me desafiado nesse nível.

A transformação materializada num post no Instagram começou há 1 ano e 3 meses. Meu prazo de derramar isso no mundo era exatamente 2 de dezembro de 2020, o dia de ser clara para mim e para o mundo.

Entendi que a minha arte é a palavra falada e escrita, absolutamente alheia a títulos e diplomas.

Escolhi trabalhar com escrita regenerativa, uma expressão que provavelmente você nunca ouviu, porque essa é minha forma de reconstruir o mundo.

Nesses meses, entendi que não basta ser sustentável e não agressivo. É preciso reconstruir, regenerar, porque já tem muita coisa destruída no caminho.

Entendi que sou plenamente capaz de construir coisas novas para tornar o mundo melhor através das minhas palavras.

O que quero construir agora é um mundo onde as pessoas possam, mais do que se expressar, ouvir. Que tenham fé nas palavras, no seu poder, e escolham usar esse poder pra restaurar.

Pouca gente sabe pintar, esculpir, fotografar, mas muita gente sabe escrever. Não precisa ser tratado, poema, artigo, livro. Pode ser uma frase que reconstrua algo bom para alguém. Talvez para quem escreve, mesmo. Nem precisa estar no papel, mas é bom que esteja, pois se materializa no universo de forma menos sutil.

Esse post é um ponto de partida e um convite para quem quiser, comigo, transformar o mundo pela palavra.

Quer vir comigo?